Gostaria
de ter postado esse texto no dia dos professoras, mas o tempo corre aqui em
Mysore e acabei não escrevendo. Queria falar um pouco sobre o princípio do
parampara que é umas das razões de tantas visitas que faço à Índia.
O
parampara data de milhões de anos e faz parte da tradição de ensino na
Índia. Talvez um dos princípios mais
importantes para a manutenção do conhecimento antigo indiano.
No
parampara o conhecimento é transmitido
por sucessivas gerações, do guru ao
discípulo durante anos, numa fluidez perfeita e em respeito a tradição. O aluno/discípulo passa anos
em contato direto com o professor/guru
absorvendo o conhecimento numa crescente, em busca da sabedoria. Esse
processo leva anos, principalmente para
nós ocidentais que não temos esse princípio norteando as nossas vidas.
A primeira vez que cheguei em Mysore
racionalizava tudo, enquadrava tudo em bloquinhos minúsculos que diminuíam o
meu campo de visão. Estava caminhando ao contrário do que o yoga me mostrava. Precisava
parar de querer respostas objetivas.
Quando
algumas fichas foram caindo o campo de visão foi se abrindo lentamente, as
respostas as minhas perguntas tornaram-se enriquecedoras histórias
interpretadas através do coração e não da razão.
O
aluno precisa ter os 3 d, segundo o Sharat, que são: dedicação, devoção e
disciplina. Sem esses 3 d a ansiedade afasta a paciência e o processo de
aprendizagem não acontece. Então o fluxo do conhecimento é bloqueado e é quando
começamos a pular de galho em galho
movidos pela motivação errônea de querer respostas rápidas.
No
princípio do parampara existe um professor que é a fonte de conhecimento e só.
Isso parece meio radical pela nossa visão ocidental, mas é o que traz
estabilidade para a mente e para o coração.
Nessa
trajetória ambos: professor e aluno têm deveres. O aluno se entrega ao
conhecimento com o coração aberto e o professor ensina tal qual a tradição foi
lhe ensinada.
No
livro Astanga Yoga Anusthana, lançado recentemente por Sharat Jois. Na
dedicatória ele fala sobre o parampara e diz:
“Guruji se comprometeu a passar o
conhecimento da prática exatamente como foi ensinado por Krishnamacharya. Ele
levou anos aprendendo até que chegou o momento de ensinar. Guruji seguiu tal
qual os ensinamentos de seu professor. Isso é parampara, que significa a
sucessão ininterrupta, direta e
inquebrável da transmissão do conhecimento do professor ao aluno”.
Essa
é a razão pela qual eu e muitos praticantes de ashtanga yoga vem a Mysore.
Viemos beber dessa fonte direta do conhecimento do ashtanga yoga que hoje é
representado por Sharat Jois.
Oi Laura, agardezo o post, obrigada na verdade. Eu practico ashtanga na patagonia, nao es possivel pra mim por agora viaggiar a Mysore, o mais perto va ser matthew vollmer no brasil pra 2014 (otimo!). Na verdade gostei muito xe è o sentimento que eù sto vivenciando agora mesmo: Namaste.
ResponderExcluirOi Matri, fico feliz que tenhas gostado. O Matthew Volmer é maravilhoso. Adoro! Boas práticas com ele. beijos
ResponderExcluir