domingo, 25 de agosto de 2013

Cardamomo



Ontem foi dia de feira orgânica, sempre gosto de ir e comprar todos os orgânicos para a semana. Aproveito e já compro flores para colorir e deixar a casa mais cheia de vida. Por mais que costume ir a feiras, sempre há alguma novidade.

Ontem foi o dia de conhecer a flor de cardamomo. Nunca tinha visto e me impressionou a sua beleza. Super feminina, ela, enche os olhos com seu desenho e colorido. Por isso em homenagem a ela, resolvi escrever sobre uma das especiarias mais aromáticas que existe.





Com o nome cientifíco de Elettaria cardamomum, a semente de cardamomo cresce em países de clima tropical. Originalmente da Índia, Sri Lanka, Malásia e Sumatra veio para o ocidente através das  embarcações europeias que faziam as primeiras rotas de comércio entre Ásia e Europa. Vem da família do gengibre e apresenta um aroma maravilhoso. Tem um sabor doce e intenso. É possível encontrar em lojas de especiarias e em alguns supermercados, na forma de pó ou semente.  O cardamomo verde é o mais fácil de encontrar, mas existem também outros dois tipos: preto (chamado de Amomum)  e o cardamomo de madagascar (chamado Aframomum).


Especiaria preferido dos indianos, é usada frequentemente em molhos e sobremesas, normalmente combinada com amêndoas e açafrão. Pode ser usado para dar aroma e sabor a chás. Pode também ser adicionado ao café, aquele que chamamos de café turco, o que no entendimento ayurvédico, serve como antídoto aos efeitos negativos do café.
No Ayurveda  estudamos sempre as propriedades e a natureza das especiarias e alimentos para identificar para qual dosha é recomendável e para quais situações pode ser indicado. O cardamomo é doce, refrescante, carminativo, digestivo, estimulante e tônico. Portanto ajuda nos problemas e agravamentos de origem Pitta (dosha composto dos elementos fogo e água), como queimação, problemas urinários e problemas de pele.  Por ser tônico e carminativo ajuda a combater os sintomas de agravamento de Vata (dosha composto de éter e ar)  como: indigestão, anorexia e gases. Mascar algumas sementinhas de cardamomo após as refeiçōes ajuda na digestão, combate o mau hálito e adoça a respiração. 
Adoro combinar cardamomo com frutas em batidas ou quando aquecidas. Hoje com esse frio chuvoso dos pampas a única forma para consumir frutas sem agravar meu vata é aquecendo então a alternativa foi: banana com gengibre e cardamomo. Super rápido e fácil de fazer.


Ingredientes:
2 bananas maduras
1 dedo de gengibre
5 vagens de cardamomo
ghee
mel

 Colocar o ghee na panela, aquecer. Adicionar o cardamomo, e logo depois o gengibre. Colocar as bananas, aquecer um pouquinho e está pronto. Adicionar mel ao final. Não esquecendo que mel e ghee devem estar em quantidade diferentes, pois em quantidade iguais geram AMA (toxinas).

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Almoço da lua cheia!


Lua Cheia é dia de descansar da prática e das aulas. Acabo tendo um tempo livre no meio da semana para criar e devanear sobre idéias culinárias.  Hoje saiu uma almoço bom, super saudável e nutritivo. Em um dia lindo de sol inspirador em Porto Alegre.

            Como está quente resolvi investir nos crus. No horário do almoço, período que o sol está com tudo os pittas (classificação ayurvédica que determina a característica mental e física do indivíduo) podem comer comidas cruas. Ontem enchi meu carrinho de orgânicos então tinha várias opções gostosas em casa. Optei em fazer um risoto de quinua de grão preto, para dar um colorido, já que combinei com batata yacon e um purê de caju.

            Como vegetariana tenho que cuidar sempre a minha ingesta de proteínas, ainda mais com essa prática intensa que é o ashtanga yoga.  Adoro a quinua, pois ela apresenta um teor proteico equivalente a proteína animal, é fonte de vitaminas, sais minerais, cálcio, ferro e ômega 3 e 6. Um presente da natureza boliviana! Os vegetarianos agradecem.



A batata yacon também é outra rainha dentro dos super alimentos. Ela deve ser consumida crua, tem bastante suco e é levemente adocicada. Depois de cortar em tiras ela fica preta muito rápido, então é bom consumir logo. Até porque ela é uma delícia. Ajuda na limpeza do cólon e auxilia na digestão. É ótima para os diabéticos pela presença de FOS (cadeia de polímeros composta principalmente de frutose).  Combate os radicais livres e ajuda a combater o colesterol.




Bom, então vamos para a receita:

Para o risoto (porção individual)

1 xícara de quinua (branco ou preta)
1 batata yacon
um dedo de alho poró
1 colher de chá de ghee
½ colher de chá de pimenta caienna
½ colher de açafrão da terra
5 sementes de coentro

Deixar a quinua de molho durante a noite, pois ajuda a amolecer e hidratar os grãos. Tirar a água e colocar a quinua por alguns minutos em agua aquecida até no máximo 40 graus. Passar a quinua para um outro recipiente sem a água, acrescentar alho poró e sal de rocha, ou flor de sal. Em uma panela pequena colocar o ghee (manteiga clarificada),  aquecer e adicionar as sementes de coentro, açafrão da terra e pimenta caienna. Desligue o fogo quando sair um cheirinho fantástico dos temperos. Colocar sobre a quinua. Tirar a casca da batata e ralar. Misturar tudo com brotos de trigo, girassol, rabanete...E agora é só preparar o purê de caju.





Para o purê de caju:

1 xícara de caju hidratado
4 limōes
2 colheres de chá de açafrão da terra
2 colheres de chá de cebola em pó
2 colheres de chá de alho em pó
1 pitada de sal de rocha ou flor de sal

            Deixar o caju de molho por 12 horas para hidratar e amolecer. Tirar da água e colocar na centrífuga, deixar bater por alguns minutos até triturar as sementes. Adicionar o suco de limão, bater mais um pouco e adicionar a cebola em pó, açafrão da terra, e o alho em pó. Bater mais um pouquinho e adicionar sal. O purê deve ficar numa consistência cremosa, podendo acrescentar um pouquinho de água ao final.

            Colocar sobre o risoto e se deliciar!!!

            O purê de caju pode ser usado também como manteiga para sanduíches. Ainda mais com o amarelo do açafrão, até engana.

            Bom apetite!!!!



sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Pratique yoga!


Muitas pessoas que nunca praticaram yoga me perguntam se podem fazer a minha aula. E sempre dizem, mas eu sou muito “dura” viu. Acho que meu corpo não foi feito para praticar yoga. E sempre digo: yoga é para todo mundo vem praticar. E as pessoas não aparecem, acreditando que elas não nasceram para praticar. Outras dizem que nāo gostam de coisas paradas e preferem movimento. Aí eu digo: perfeito! Então vem praticar ashtanga vinyasa yoga.  Por essa razão resolvi escrever e tentar “convencer” esses futuros yoguis em presentes yogues, e que presente....

A prática de ashtanga vinyasa yoga é ensinada tradicionalmente no estilo Mysore. Por que o nome? Mysore é a cidade onde esse sistema foi desenvolvido e onde viveu o nosso Guruji chamado Pattabhi Jois. Hoje quem administra e ensina a escola é Sharat Jois, seu neto,  meu professor e mestre que me guia nesse caminho do yoga.

A prática de ashtanga vinyasa yoga ao meu ver é extremamente inteligente, pois é ensinada passo a passo para cada praticante individualmente. Isso permite que vários alunos de diferentes níveis de prática possam estar juntos numa mesma sala, mergulhando sozinhos e com a orientação do professor no seu próprio mundo através das posturas (asanas). No primeiro dia o aluno iniciante aprende a respiração ujjayi e os suryas namaskar A e B (saudação ao sol A e B). Aprende a ouvir a sua respiração e tenta ritmar com o movimento do seu corpo. Digo tenta porque é realmente difícil perceber que a música que rege o corpo, e consequentemente a vida, é a respiração e não a tagarela da mente. É difícil para todos nós e nāo apenas aos iniciantes. Enquanto o aluno iniciante está aprendendo os primeiros passos o aluno ao lado está executando posturas mais difíceis, mas com a mesma complexidade e dificuldade daquele que está iniciando. O processo de descobrimento é mútuo independente do estágio. A sutiliza que muda, mas isso nāo torna o caminho mais fácil, talvez até mais difícil em alguns momentos.

Quando eles se convencem em então praticar, ligam e perguntam: que horas é a aula? Começa as 7, podendo chegar até as 8hrs. Mas como assim, são dois horários? Então aí vai a resposta.

Nessa prática como falei anteriormente tem alunos de vários níveis. Alguns tem uma prática de 30 minutos, outros de 45, outros de 1 hora, outras de 1 hora e meia e ainda alguns de 2 horas. Por isso o horário é aberto para que o alunos possam adaptar a prática de acordo com seu tempo e correria do dia-a-dia. Por isso essa aula é diferente de qualquer outro estilo de yoga que, certamente, você já fez ou já ouviu falar.  É um processo individual com o grupo. É isso! Super democrático.

Se um dia você pensou em praticar yoga pratique, vá a uma aula, sem julgar a si próprio, respeite o seu limite e não se compare com os outros. E principalmente não diga: eu não consigo. Assim você está perdendo a oportunidade de conhecer uma prática que com certeza vai mudar a sua vida e vai lhe dar o maior presente que você pode ser dar, que é o auto conhecimento. E para aqueles que querem emagrecer e ficar com um corpo bonito, tem mais uma razão para praticar, porque o corpo fica limpo, flexível e forte. Quer coisa melhor!


quarta-feira, 7 de agosto de 2013




Queridos alunos,

O profissionalismo de um professor de yoga vai além da prática diária. É importante o estudo, a pesquisa e a busca constante do conhecimento.
Pattabhi Jois, que desenvolveu o método de ashtanga vinyasa yoga, é hoje representado por seu neto, meu professor e mestre Sharat Jois. É na sua escola em Mysore, Índia, que pratico e estudo anualmente. Em março último, tive a oportunidade de ser sua assistente e também receber a autorização para ensinar o método, tal qual é ministrado na Índia.
Nesta semana, foram publicados os nomes dos professores recentemente autorizados, no site http://kpjayi.org/teachers-directory/central-south-america, onde está disponível a lista de todos os professores ao redor do mundo. Com muita alegria, Porto Alegre está representada, pela primeira vez, no cenário internacional do ashtanga yoga. Nada disso aconteceria sem a motivação dos alunos que me inspiram e me motivam nessa caminhada. 
Gostaria de agradecer-lhes pela confiança e carinho nessa troca maravilhosa de conhecimento entre professor e aluno.